07 de maio de 2020

Sobrecarga de trabalho dos professores é “desumana”, alerta Sindicato Democrático dos Professores dos Açores

A escola, neste momento, tem de ser um elo de ligação entre as famílias e tem de haver limites no horário de trabalho dos professores. Estas são algumas das desvantagens do ensino à distância apresentadas, à Atlântida, pelo presidente do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA).

Ricardo Baptista afirmou que outro dos inconvenientes se prende com a “progressão de conteúdos que só acentua as desigualdades sociais”.

O dirigente sindical diz que, neste âmbito, poderá haver escolas que optem por essa progressão de conteúdos e outras que não “e estamos, não a servir como exemplo e como mitigação das desigualdades sociais, mas a acentuá-las”, explicando que no próximo ano, vão existir alunos “no mesmo ano e no final do mesmo ciclo com conhecimentos diferentes, porque estiveram apenas em escolas do sistema educativo regional distintas”.

Por outro lado, Ricardo Baptista  lamenta o facto de a Direção Regional da Educação não se ter reunido e ouvido os sindicatos dos professores da Região. O responsável refere que foram dando “contributos importantes para que a situação tivesse sido mais apaziguadora”. Disse, ainda, que se houvesse um “período de adaptação”, para as escolas, professores, alunos e encarregados de educação, bem como a “não progressão de conhecimentos”, como sugeriram, a situação atual seria bem diferente.

Questões da carreira dos professores, da sua formação e dos relatórios de avaliação de desempenho dos docentes são algumas das preocupações a longo prazo que a estrutura sindical apresenta.

Questionado sobre o feedback que o sindicato tem recebido dos professores, Ricardo Baptista revela que tem a ver com o excesso de trabalho, sublinhando que estes estão a ficar “esgotados”. Refere que há uma “panóplia de tarefas que lhes foram entregues” e que esta sobrecarga “é desumana”.

Sobre as consequências futuras na educação, o sindicalista diz que “não vê nenhuma situação que seja significativa para a educação”, salientando, no entanto, a experiência que os alunos estão a viver e de um dia virem a recordar deste ano atípico, bem como do ponto de vista da “superação pessoal”, porque “cada um fez um grande esforço para superar todos os contratempos do confinamento”. Alerta, ainda, que “se alguma vez pensarem que o ensino à distância poderá, em qualquer circunstância, a não ser numa situação extrema como essa, substituir o ensino presencial, estamos a dar um retrocesso no que diz respeito à educação”.

Relativamente às aulas na RTP/A, Ricardo Baptista lisonjeou o trabalho desenvolvido pelos docentes, bem como o facto de ter havido mais do que uma ferramenta para os alunos poderem acompanhar a matéria, frisando que “esta é universal e chega a todos”, salientando que com essa solução “a escola está a ter o seu papel de mitigação das desigualdades sociais”.

Clique aqui para reproduzir o áudio

Fonte: Rádio Atlântida

 


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